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Fernanda Fernandes, vicepresidenta de la Cámara Municipal de Bragança: "El proyecto DIH_SE es una oportunidad para los mayores y para generar trabajo y riqueza"

                                                          Fernanda María Fernandes, vicepresidenta da Camara Municipal de Bragança. / José Luis Fernández

Fernanda Maria Fernandes Morais Vaz Silva, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Bragança. Que possibilidades oferece um projeto como o DIH_SE para Bragança e Trás-os-Montes?

Como sabemos o envelhecimento ativo e saudável é de extrema importância para o Município de Bragança e para os restantes onze concelhos do distrito. Os Censos 2021 (INE) revelam que o concelho de Bragança não consegue inverter a tendência de envelhecimento, sendo que atualmente a taxa de envelhecimento é de 26,11% (dados de 2022) e o peso da população residente com mais de 65 anos é já de 28,19%, por oposição aos 10,83% de peso da população com menos de 15 anos. Esta aposta num projeto como o da COOPERACIÓN TRANSFRONTERIZO DIH_SE significa investir num processo que envolve prevenção e controle de doenças, comportamentos de saúde (alimentação equilibrada, atividade física, sono, entre outras); atividade, produtividade e participação social, exercício da memória e o raciocínio e definição de objetivos e metas. O envelhecimento ativo é definido pela OMS como um processo de otimização das oportunidades para a saúde, participação e segurança, para a melhoria da qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem. Este é um projeto que pode permitir à região contribuir de forma decisiva para a melhoria e bem-estar deste segmento populacional (pessoas com mais de 50 anos), contribuindo para um envelhecimento ativo mais abrangente, mas principalmente porque promove a mudança digital das pequenas e médias empresas (PME), bem como envolve obrigatoriamente as entidades públicas locais (Câmaras e Juntas de Freguesia). Penso que este é um desafio coletivo comum, nesta região transfronteiriça, de adaptação às necessidades diversas deste segmento populacional e o seu acesso mais facilitado a bens e serviços essenciais.

Qual é o principal objetivo da Câmara ao aderir ao projeto DIH_SE?

O nosso objetivo em integrar um projeto DIH_SE será essencialmente apostar na criação de uma rede de recursos e entidades com serviços e infraestruturas relacionados com a investigação, formação, prototipagem (testes e validação) de soluções variadas para esta população mais envelhecida, envolvendo as PME, mas também alocando conhecimentos e capacidades tecnológicas para um desenvolvimento regional, social e económico, sustentado numa tecnologia de industria 4.0, ou seja, num quadro em que estas tecnologias inovadoras podem permitir que as PME transitem de modelos tradicionais operativos para as chamadas tecnologias avançadas. Este projeto pode reunir num mesmo desafio, entidades publicas e privadas, com reconhecida importância em Bragança, permitindo uma cooperação com Espanha/Zamora num espaço de inovação e de partilha de boas práticas.

Em que medida pode um projeto como este contribuir para revitalizar a zona fronteiriça e combater o despovoamento sofrido tanto pelo lado português como pelo lado espanhol?

O segredo ou fórmula de sucesso no combate à desertificação e despovoamento das zonas de fronteira deve assentar, na minha opinião, na inovação social e económica, tendo uma atenção especial à promoção da qualidade de vida e bem-estar das populações locais que residem nas nossas freguesias rurais, mas também, nas freguesias urbanas. Colocar as empresas no epicentro deste desafio, utilizando o melhor da evolução tecnológica mais recente, é permitir que as zonas de fronteira possam corrigir as habitais assimetrias entre as cidades do centro e da periferia, sintoma comum entre Portugal e Espanha. Quer isto dizer que este projeto, ao envolver entidades locais/transfronteiriças com um papel fundamental nas áreas da investigação (laboratórios), de equipamentos e infraestruturas, com capacidade científica e tecnológica para produzir novas soluções na indústria e comércio, afirma, para mim, um duplo desafio: por um lado, dinamiza as empresas com uma missão de inovação económica e social, por outro lado, são criadas condições para desenvolver respostas às necessidades da população local afastada das grandes cidades como Lisboa e Porto. Na minha opinião, os territórios de fronteira terão de se defender através de um processo de aprendizagem contínua, promovendo a experimentação em soluções digitais de vanguarda, e implementando no terreno, através das empresas e entidades públicas com responsabilidade autárquica, soluções tecnológicas válidas para a população e mercados locais. Este território transfronteiriço deve assumir-se como pioneiro na inovação digital ao serviço da fixação de pessoas e famílias nos territórios mais despovoados e com população mais envelhecida, sendo que a melhoria de qualidade de vida deve integrar na equação os argumentos das empresas, permitindo o desenvolvimento económico, ao mesmo tempo que promove a coesão social.

Qual considera ser a principal dificuldade que as empresas encontram na digitalização?

Uma das principais dificuldades que as empresas enfrentam na digitalização é a resistência à mudança. Muitas vezes, há um apego a processos tradicionais, o que dificulta a adoção de novas tecnologias. Além disso, questões como a falta de habilidades digitais, a integração de sistemas e a necessidade de investimento financeiro também podem ser obstáculos significativos.

Que necessidades lhe transmitem os empresários a este respeito?

Inclui-se, entre outras, a necessidade de desenvolver habilidades digitais nos colaboradores é uma preocupação comum, sendo necessária formação que ajudem as equipes a adaptarem-se às novas ferramentas; As empresas frequentemente precisam de assistência na implementação de tecnologias, incluindo integração de sistemas e manutenção; A promoção de uma cultura que valorize a inovação e a adaptação, facilitando a aceitação dos colaboradores às mudanças; Recursos financeiros para atualizar suas infraestruturas tecnológicas; Orientações sobre como desenvolver um plano de digitalização eficaz que alinhe a tecnologia com os objetivos de negócio. Essas necessidades refletem a complexidade do processo de digitalização e a importância de uma abordagem holística para superá-las.

Como um projeto como o DIH_SE pode ajudar a facilitar esse caminho?

Antes de mais uma cultura organizacional e a sua liderança, desempenham um papel crucial em como essas dificuldades são superadas. Um projeto como o DIH_SE pode ajudar a facilitar o caminho da digitalização através de programas de formação e workshops para desenvolver as habilidades digitais dos colaboradores, preparando-os para adotar novas tecnologias, de consultoria para ajudar as empresas a identificar as tecnologias mais adequadas e a implementar soluções personalizadas, facilitando a integração com sistemas existentes, ao conectar empresas, startups e centros de pesquisa, o DIH_SE pode promover um ambiente de colaboração onde as empresas compartilham experiências e melhores práticas, reduzindo a resistência à mudança. O projeto DIH -SE pode ainda ajudar as empresas a encontrar fontes de financiamento e incentivos para investir em digitalização, tornando o processo mais viável bem como ajudar a desenvolver uma mentalidade mais aberta à inovação, promovendo eventos e iniciativas que incentivem a adoção de tecnologias emergentes. Essas ações podem facilitar a transição para um ambiente digital mais eficaz, tornando as empresas mais competitivas e adaptáveis às mudanças do mercado.

Publicada en LA OPINIÓN DE ZAMORA